Os
resultados desse trabalho, conduzido por uma equipe da Universidade
Johns Hopkins, em Baltimore, foram publicados esta semana no American Journal of Psychiatry.
A
pesquisa foi focada em uma mutação no gene SKA2. Os pesquisadores
analisaram amostras de cérebros de pessoas mortas por diferentes causas,
e descobriram que aqueles que haviam se suicidado apresentavam
alterações significativas nesse gene.
A
equipe, então, testou três diferentes amostras de sangue, sendo que a
maior delas envolvia 325 pessoas. Eles encontraram alterações
semelhantes no SKA2 dos participantes que haviam reportado pensamentos
suicidas ou tentativas de acabar com a própria vida.
Segundo
o líder do estudo, o professor de psiquiatria Zachary Kaminsky, essas
alterações desempenham um papel importante na resposta do cérebro aos
hormônios do estresse, funcionando como uma espécie de estímulo a
tendências suicidas.
Isso porque o SKA2 é
expresso no córtex pré-frontal, que desempenha um papel na inibição de
pensamentos negativos e comportamentos impulsivos. Além disso, esse gene
é responsável por orientar os receptores de hormônios do estresse nos
núcleos das células. Quando há modificações nele, os receptores
tornam-se incapazes de interromper a liberação de cortisol no cérebro.
Segundo
o pesquisador, o modelo produzido a partir da descoberta prediz o risco
de suicídio com uma precisão de 80%. Para aqueles com risco mais grave
de suicídio, o modelo teve uma precisão de 90%.
De
acordo com os Centros para Controle e Prevenção de Doenças (CDC), o
suicídio foi a décima principal causa de morte nos EUA entre indivíduos
com dez anos de idade ou mais em 2009, o que resultou em um total de
36.891 mortes. Outros levantamentos também mostram que o suicídio é a
terceira principal causa de morte entre jovens.
Embora
ainda sejam necessários mais estudos para confirmar a hipótese, a
descoberta é útil porque ainda não existe uma forma consistente de se
prevenir o suicídio. Um teste ajudaria os médicos a identificar os
tratamentos mais adequados para cada paciente.
Fonte: Blog do Jairo Bouer